terça-feira, 28 de dezembro de 2010

The Reader

Eis uma crítica do filme O leitor, comprei-o pensando erroneamente que era do mesmo diretor do filme O jardineiro fiel, um filme muito bom e inesquecível, mas é o ator principal, Ralph Fiennes, que contracenou no Jardineiro fiel (não lê direito, isso que dá, mass ainda assim, deu certo), como estou morrendo de sono, e sei que não serei capaz de expor tão bem os detalhes do que achei do filme, coloquei uma crítica muito boa, o que realmente eu achei sobre a trama, a história, o psicológico dos personagens, as cenas, a fotografia e os atores.

É um filme recomendável, só vou avisando que no início tem muuuitas cenas quentes..heheh...mas, digamos, digno de um bom filme.



"É uma trama intensa, que envolve dois planos: o plano intimista dos dramas e sentimentos dos personagens e o plano do sentimento histórico alemão em forma de vergonha pelo nazismo e seus terríveis efeitos.

O roteiro de David Hare é brilhantemente construído, apoiando-se em suas personagens, desenvolvendo-as naturalmente, através de cada etapa, e estabelecendo as ligações e dramas de cada uma. O roteiro não faz uso de maniqueísmos nem artificialidades. Os personagens são extremamente humanos e seus sentimentos, verdadeiros e compreensíveis. Além disso, fortalece-se pela densa questão da vergonha alemã.

Michael é apresentado como um garoto inseguro e introvertido, além de sentimental, características que o acompanham até a idade adulta e explicam certas atitudes suas. O ator alemão David Kross exibe uma excepcional interpretação, ajudando na construção do jovem e do universitário Michael, sabendo compreender o personagem e dosar cada situação emocional do personagem. É uma pena que sua interpretação não tenha sido lembrada nas premiações. Ralph Fiennes, ao contrário, tem uma interpretação burocrática.

Já Hanna é uma mulher simples, um tanto rude, sem grandes habilidades para comunicação, mas também extremamente envolvente e complexa. Muitas pessoas criticaram o filme por apresentá-la, uma nazista, como uma pessoa boa. Discordo completamente. Hanna apenas é apresentada e forma humana e esse é um dos pontos fortes de O Leitor, não apresentar o indivíduo nazista como um monstro, mas como um ser humano falho. E é incrível como a personagem é tão rica psicologicamente, que chegamos a sentir tanto repulsa como pena por ela. Grande parte do benefício da personagem deve-se a Kate Winslet. Como sempre, ela se entrega à personagem, contrói-a de forma extremamente convincente, cria seus maneirismos e expressões e compreende e sabe expressar exatamente as emoções de Hanna.

Assim, o espectador fica preso por essas duas atmosferas, que se entrelaçam: os sentimentos dos protagonistas e seus envolvimentos e desventuras, e a questão dos atos nazistas, a reação indigada dos alemães perante esse passado vergonhoso e, principalmente, a forma como Hanna está relacionada a eles. Seu envolvimento era, acima de tudo, profissional e, sua falta de instrução e cultura, influenciaram seus atos, ainda que não os justifiquem e suas atitudes ainda sejam vergonhosas. Há, ainda, o encanto da literatura, abordado de forma belíssima.

Stephen Daldry firma-se como um ótimo cineasta contemporâneo. Seus outros dois filmes, Billy Elliot e As Horas, também são ótimos e em seu novo trabalho ele exibe mais uma vez uma direção sensível, minimalista, intensa, competente ao explorar a complexidade de suas personagens, além de exibir enquadramentos e planos belíssimos e bem construídos (uma curiosidade: Daldry tem apenas três filmes em seu currículo e, pelos três, foi indicado ao Oscar de direção). Acima de tudo, Daldry compreende seus personagens e suas situações e, assim, consegue dirigir o filme com extremo controle, sem nunca perder o fio da meada e ainda garante um ritmo adequado e um clima de tensão emocional.

A fotografia de Roger Deakins é belíssima (concordo muito). Pena que a trilha sonora seja extremamente clichê e repetitiva. Outro aspecto difícil de engolir é a transformação de Michael, que, na época da faculdade ainda é interpretado por Kross e, dez anos depois, é feito por Fiennes. Foram dez anos realmente envelhecedores. Mas, no todo, é um filme a ser visto e analisado. Belíssimamente realizado e injustamente acusado por alguns.

The Reader. EUA, 2008. De Stephen Daldry. Com Kate Winslet, Ralph Fiennes, David Kross. 125min. DRAMA "
(
http://www.culturadebolso.org/critica-do-filme-o-leitor/)
Vou dormir!!
Boa noite

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